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Frisado do Norte |
Com frequência observamos nos concursos e especialmente nos julgamentos, que à medida que vai aumentando o gosto pela criação de frisados nas distintas variedades, uma percentagem bastante considerável destes aficionados, duvida, desconhece ou confunde as características próprias do standard do FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL. Isto ocasiona uma espécie de círculo vicioso desfavorável e ambíguo porque no acasalamento juntam estas duas variedades e o resultado é fatal... Uma hibridação que ocasiona verdadeiros problemas.
Resulta que do produto do
cruzamento entre o FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL, saem canários
que mostram ou exteriorizam parte das suas características. Pode ser que
tenham as patas compridas e correctamente erguidas sobre o poleiro (SUL),
não obstante nunca chegarem a curvar correctamente (7 incipiente DO SUL)
porque não tem pescoço e a cabeça é do NORTE. Pode suceder também que
as zonas frisadas peculiares do NORTE se confundam com as do SUL, em
especial as aletas, que não serão nem nadadoras (NORTE) nem em forma de
vírgula (SUL). O cestinho peitoral não será possivelmente volumoso nem
correctamente marcado em forma de coração (NORTE), nem formando uma espécie
de ninho de andorinha (SUL), parecendo ser apenas uma confusão de
penas frisadas, etc.
Tudo isto nos leva a outra questão
que consideramos muito importante que é a que mais engana os criadores e
porque não dize-lo, confunde também os juízes de porte no momento do
julgamento. Referimo-nos a quando se trata de identificar se os exemplares
em questão são FRISADOS DO NORTE ou FRISADOS DO SUL, por falta de
linhagem (raça definida). Ao derivar de duas variedades distintas, o pássaro
perdeu a linhagem e naturalmente como consequência, o seu esqueleto
e a sua estrutura física são deficientes, o qual faz com que uma vez em
cima da mesa de julgamento o seu porte ou posição é indefinida, dito
por outras palavras, é um exemplar duvidoso e às vezes muito difícil de
identificar, acarretando nestes casos, perda de tempo, já que o juiz
tenta esgotar o tempo regulamentar máximo que se pode dar a cada pássaro
que é de 10 minutos, trabalhando-o como vulgarmente se diz para conseguir
um ponto de partida neste sentido. Além de um trabalho de observação
constante por parte do juiz e paciência para deixar que o protagonista se
defina e no melhor dos casos, depois de tudo isto, pode ser que saia urna
valorização pouco satisfatória por um lado e problemática por outro,
quando o pássaro é metido na estante de exposição e está tranquilo, e
logo se decide a concretizar um determinado tipo de posição, embora só
sirva para valorizar se é um mau NORTE ou um mau SUL, por quanto já se
disse que as demais características não podem ser nunca perfeitas.
Mas tampouco termina aqui a questão;
por parte do criador e aqui reiteramos a do “circulo vicioso”, os
criadores deste tipo de “híbridos”, vulgar expressão, também é lógico,
confundem ou não sabem com exactidão os canários que têm e na hora de
efectuar o acasalamento valorizam-lhes ou apreciam alguns gestos que lhes
viram fazer, por exemplo, um que tenha com frequência as patas rígidas
este é um bom canário e outro que tenha as aletas pronunciadas é outro
bom canário; e assim vão fazendo as suas valorizações que os vão
induzir novamente a cruzar estes canários. Aos bons exemplares
reprodutores é dedicado anualmente o mesmo trabalho e esforço. No dia de
recolher as fichas de julgamento do próximo concurso apanharão a grande
decepção e pode ser o aborrecimento, por umas pontuações suspeitas,
baixas ou desclassificações.
Queridos leitores aficcionados e
entusiastas destas variedades, temos fracassos por desconhecimento e
descuido, igualmente ocorre isto entre o FRISADO DO SUL e o GIBBER
ITALICUS, porque não se segue uma linha definida para chegar a conseguir
o que devemos de antemão ter previsto. Se ficarmos a metade do caminho
nunca teremos exemplares bons e correctamente definidos, que é o
verdadeiro trabalho do canaricultor.
Faz falta unicamente ver pássaros
bons apercebendo-se das características autênticas de cada variedade que
queremos criar e seguir em frente por este caminho. Cada ficha de
julgamento da variedade, especifica claramente as principais características
que deve ter o exemplar e que são as que se valorizam; basta estudá-las
com todo o pormenor e consultar pessoas entendidas ou com artigos (livros)
que existam no mercado, com isso se chegará a conseguir que não se perca
nem tempo nem dinheiro.
Quiçá, haja quem faça a
pergunta seguinte: assim a teoria conhecida de que o FRISADO DO SUL provém
do FRISADO DO NORTE, o FRISADO SUIÇO provém do FRISADO DO SUL e o GIBBER
ITALICUS do FRISADO SUIÇO, etc. não vale? Cuidado. Temos comentado um
dito que está em voga nos nossos dias e que, cremos, podendo
equivocar-nos, que estão fazendo acasalamentos sem uma orientação
correcta até conseguir uma variedade determinada, requerendo para isso o
tempo necessário; se é assim, pretendemos unicamente corrigir o erro.
Por outro lado, estes canários
que podíamos considerá-los “pas per tu”, se elevam aos concursos;
isto é o que pretendemos fazer notar ao criador, já que daí provém o
mencionado erro por considerar estes pássaros em questão, como
variedades fixadas ou definidas quando como já disse, deixem muito a
desejar.
É de esperar que a mesma paixão
que ao princípio aludimos, trabalhará a favor da consequência de bons
exemplares, acasalando bem e o resultado não se fará esperar.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
Frisado do Norte | Frisado do Sul |
Posição: Erecta
a 65º Tamanho: 17 cm Manto: Simétrico e bem marcado Aletas: Salientes até fora Jabot: Em forma de coração Abdómen: Liso Cabeça: Lisa Patas: Compridas, ligeiramente flectidas Cauda: Completa, comprida, terminada em M |
Posição: Em
forma de 7 incipiente Tamanho: 17 cm Manto: Simétrico e bem marcado Plumagem: Volumosa Jabot: Em forma de ninho de andorinha Asas: Aderentes ao corpo e sem se cruzarem Cabeça: Serpentiforme com pescoço comprido e solto Patas: Compridas e rígidas com pouca plumagem Cauda: Estreita e perpendicular ao poleiro |
Andrés Bigas i
Casas
Juiz Canários de Porte OMJ/COM Revista Pássaros |
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